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Gula (The Sin Saga)

Engolia-o sempre que podia numa vontade desmesurada, num querer desenfreado, numa gula exacerbada pelo desejo de o sentir estremecer face a cada movimento que a sua ávida boca desenhava. Insaciável, tomava-o nas mãos e manobrava-o intensamente, lambendo-o, chupando-o, agitando-o. Sabia que o prazer não se acabava mas inconscientemente era movida pelo desejo de querer sempre mais, de o esgotar, de o fazer implorar que abrandasse, dando-lhe tempo de respirar e ganhar fôlego para aguentar uma nova investida. Deliciava-se no simples gesto de o fazer brilhar da saliva que as papilas gustativas soltavam face ao sublime sabor que ele lhe proporcionava. Degustava o prazer que sabia lhe retribuir na ponta da língua, no fundo da garganta que orgulhosa o abarcava todo e o largava suavemente massajando e acariciando cada veia, cada textura, cada curva, cada tornear do membro que acicatava a sua vontade. Sabia-se pecadora, sabia-se capitalmente viciada, sabia-se inexoravelmente culpada. Confessava sem demonstrar o mais ténue resquício de arrependimento. Assumia sem almejar à absolvição. Preferia sempre, sem pensar duas vezes, o prazer terreno que o eterno marasmo.

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