Acharam o refúgio que julgavam já não existir. Os cotovelos que lhe descansam no peito, as mãos que desinteressadamente lhe percorrem a pele, os pés que se enlaçam num sorrir jocoso, o olhar terno que depositam um no outro, as palavras doces que soltam entre suspiros e abraços apertados com a força que lhes vem do querer prolongar ao máximo a sua estadia. Acharam no corpo que se lhes oferece o descanso e a luta. Tão depressa coexistiam pacificamente, lânguida e arrastadamente como rebolavam intensa e incessantemente no sexo e prazer que sabiam ser esmagadoramente incomparável. Acharam o lugar onde, se a vontade lhes fosse feita, permaneceriam sem fim e onde se debelariam sem tréguas contra o que lhes é contra.
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