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Oh Sweet Idleness

Sempre visiono as minhas memórias a preto e branco. Como em filmes antigos, do cinema mudo, foscas e vagarosas, com trejeitos de desenho animado por vezes. Fecho os olhos e não consigo evitar esboçar um sorriso. Surges espontaneamente, num flash tão rápido quanto um estalar de dedos. Vejo-nos abraçados, colados. Corpo com corpo, boca com boca. A premência da nossa urgência é grave e inteiramente desconcertante. Estamos sedentos um do outro e a vontade de um tudo ou nada pressente-se a cada suspiro e aumento da respiração que, ofegante e quente, arrepia cada pedaço de pele. As mãos, instintivamente, procuram a nudez. O toque é forte, em apertos imbuídos da mais carnal vontade, do mais animalesco desejo. Regozijo quando, não aguentando mais, procuro o que anseio e te encontro já assim. Voraz, faço-te meu em breves instantes. Porque na força de te querer, perco a noção de tempo, de lugar e tomo-te logo.

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