Sempre a correr. O trabalho, os compromissos, as horas. O relógio teima em fazer aquele barulho ensurdecedor que nos entra ouvidos dentro directamente à consciência e nos recorda das obrigações. Sempre a correr. Partilhamos um café, ameno, de fugida. Entre sorrisos e gargalhadas, olhamos o tempo e recordamos o que gostávamos de fazer e onde gostávamos de estar. Juntos, desfazendo uma qualquer cama, engelhando uns quaisquer lençóis.
Está na hora, a hora fatídica do "Até um dia destes". Dirigimo-nos ao parque de estacionamento. Mal a porta do elevador se fecha, lanço-me a ti. Quero o teu beijo. O beijo que me esquenta, que me incendeia. O beijo de olhos pousados em mim. Tivéssemos tempo e deixava-me cair a teus pés. Assim.
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