Paulatina e vagarosamente, abro os olhos. Olho para o relógio. Confirmo sorrindo que chegou o dia. Acabou a espera, findou o castigo. Preparo tudo e coloco-me a caminho. São mais de 3h de viagem mas faço-a alegre e de bom grado envergando o mesmo sorriso que coloquei no rosto quando me apercebi que era hora de ti. Pouso as malas ao acaso, passo o corpo por água fresca, perfumo-me e saio no teu encalço. No caminho avisei-te que estava a chegar e a tua voz ganhou um tom de indisfarçável prazer. A fome que te tenho deixa-me zonza. Como que se de um verdadeiro síndrome de abstinência se tratasse, o pensamento tolda-se pela vontade e ânsia de te sentir assim. Colado a mim para não mais descolar. Para recuperarmos das mazelas que a saudade nos deixou marcadas no corpo e inscritas em madeira que ardeu do fogo que temos em nós.
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