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Just do (me) #6

O silêncio que se lhes impunha nas vozes não abafava o tumulto de pensamentos que lhes invadia  a mente. Em frente aos olhos dela passava um turbilhão de imagens. Apetecia-lhe que ele interrompesse o frio gélido que lhes constringia os membros e se lançasse ao seu corpo com a vontade insaciável a que a tinha habituado. Apetecia-lhe que a despisse sem pudor, lhe arrancasse do corpo as vestes que separavam as suas peles. Apetecia-lhe que lhe tomasse a boca num beijo impossível de contornar, que as suas mãos a abarcassem toda. Apetecia-lhe que de rompante entrasse nela, preenchendo-a de si e deixando paulatinamente desenlaçar o nó aprisionado nas suas gargantas. Apetecia-lhe senti-lo crescer na exacta proporção em que nela crescia o desejo, apetecia-lhe sentir o seu sabor tão familiar que a viciava mais a cada dia. O silêncio que se lhe impunha nas vozes depressa deu lugar ao som do prazer, ao som de dois corpos amando-se, querendo-se, sussurrando gemidos, gritos em surdina, orgasmos de paixão. O silêncio que se lhes impunha nas vozes foi abafado, desconstruído, substituído, ultrapassado.

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