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Just do (me) #10

Assim que lhe sentiu o aroma, implorou que uma cama as albergasse o mais rápido possível. Como se disso dependesse a sobrevivência do seu corpo, como se disso dependesse a continuação da vida. De todas as circunstâncias no mundo que se podiam ter combinado, a forma como agora se queriam assemelhava-se a um vulcão adormecido que ameaçava entrar em erupção. Fumegavam ideias, respingavam vontades, aqueciam-se corpos. Sentiu-lhe a vontade nos lábios que trincava nervosa e a pressa nos gestos inseguros enquanto se deliciavam trocando olhares imbuídos de uma história, de um desenrolar de promessas e quereres. Analisavam-se milimetricamente como que tentando adivinhar o que se escondia por debaixo da roupa, como que antecipando os locais onde os lábios iriam pousar, onde as mãos iriam tocar, onde a língua se iria deleitar. Sabiam querer tanto quanto eram queridas e isso dava-lhes uma sensação de legitimidade, de autoridade para se entregarem ao flirt, ao provocar do desejo, ao antecipar de um momento que viam agora como um direito e que chamavam a si torneadas pela luxúria. Deixaram para trás o mundo, fecharam-se para ele. Pegou-lhe na mão, garantindo-lhe a segurança que os seus olhos precisavam. Beijou-a ao de leve, nos lábios trémulos, sorriu-lhe despreocupada e procurou o corpo que imaginava, que desejava. Despiu-a cuidadosamente, saboreando cada desnudar, cada desembrulhar da pele que ansiava tocar. Observou-lhe, agora de perto, o peito despido, os mamilos erectos a pedirem para ser tocados, beijados, trincados. Enraiveceu-se-lhe o corpo, desejando tocá-la e abarcá-la. Sentiu-lhe a reciprocidade no olhar, no arrepio da pele que estremecia com o sussurro da sua respiração. Avançou.
   

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