Subsiste a dúvida incessante na mente dos mais incautos, atravessados por sentimentos interiores desconcertantes, por vontades intrínsecas de satisfação física, de prazer por prazer, de provocar o corpo pelos desejos da mente. O estímulo é tímido, umas vezes, irresistível outras. Cogitamos, desembaraçamos as ideias de amarras e lançamo-nos ao corpo que temos à disposição para satisfazer a mente agitada e necessitada de acção, de prática, de explosões sinápticas de vida. Procuramos, assoberbados pelo terno contacto com a nossa própria pele, espicaçados pela sensação que o toque nos confere, o ponto certo, o ponto que já sabemos termos de estimular para provocar, para alcançar, para satisfazer. Conhecemo-lo bem, vivemos desde sempre com ele, convivemos saudavelmente até que o seu chamamento se torna impossível de contornar. E aí, sentimos o paulatino exponenciar da vontade. Depois de começar, só o prolongar nos dá mais. Depois de começar, inexoravelmente, só queremos acabar. Para sentir, para sentir no corpo aquilo que a mente implorou, aquilo que a mente idealizou. Contorcemo-nos de prazer, gememos baixinho, trememos de frio e de calor em simultâneo, libertamo-nos da constrição, sentimos o encharcar do desejo que se formou líquido no interior. Sorrimos satisfeitos mas sempre com vontade de mais.
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