Podias ser tu e podiam perfeitamente ser as minhas mãos. Podia ser a tua forma, que me seduz e golpeia de prazer, podia ser o meu esforço em te elevar ao caminho do orgasmo. Podia ser o teu e o meu desejo, retratado num click, num momento eternizado de intimidade e cumplicidade, sofreguidão mútua. Podia ser a minha boca, a aproximar-se lentamente, sequiosa do sabor e da textura, do jeito e da grandeza. Podia ser a minha língua, inequívoca nos intentos, gulosa nos movimentos, assoberbada de gemidos e olhos semicerrados. Podias ser tu e podiam ser as minhas mãos, abraçando-te e salivando-te, manobrando-te e desejando-te, querendo-te mais próximo de mim. Podias ser tu e podiam ser as minhas mãos. Podia ser o teu escorrer, podia ser o meu jorrar, podia ser o meu beijo, podia ser o teu espasmo. Podias ser tu e podiam ser as minhas mãos, perdidos ambos na imortalidade, num perfeito, tão perfeito amar.
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