O toque reconhece-se e deseja-se. O calor de umas mãos, os movimentos cadenciados que sabem precisamente o que fazer e onde nos levar. Aumentam a intensidade com o exponenciar do prazer que sentem na ponta dos dedos. Testam o corpo que têm à sua disposição, testam-lhe a vontade, as reacções. Regozijam face ao subir de tom do desejo, dos gemidos, do serpentear das formas que, excitadas, procuram sentir o arrepio do prazer. Imploram por mais, revelam impotência, submissão, dor que se assemelha a um prazer tão lascivo. Não aguentam mais e fogem-lhe as palavras sussurradas, as palavras que mal consegue articular, as palavras que reflectem o sucumbir da vontade face ao hipnotizante odor do corpo: "Anda, quero-te em mim!"
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