Sorves-me o prazer por ti criado como prelúdio do prazer que ainda me hás-de dar. Concentras-te arduamente, desinteressadamente, avidamente na tarefa de fazeres dos lábios que há minutos tínhamos unido, boca com boca, os lábios que devoras e encontras agora com a língua. Sorves-me o gosto do desejo, enleando os fios que de mim escorrem, percorrendo cada nervo intumescido e sensível ao girar e rodopiar, ao mordiscar e lamber. Sorves-me o timbre da voz que me fugiu e do grito que se-me calou dando lugar ao contorcer e ofegar trepidante ao ritmo do teu ritmo. Sorves-me o alento de uma entrega que num quase desespero te roga mais, te pede mais, te quer mais e suspira de braços caídos quando a tua tarefa se encontra terminada.
0 comments:
Post a Comment