Dava-lhe tudo o que tinha em si, o melhor e o pior, fundido num orgasmo só, num momento perene de explícito prazer. Reunia as suas forças, armazenava-as, guardava-as religiosamente para ela. Mantinha-se embriagado da vontade mas fechava as comportas para depois lhe oferecer uma descarga capaz de a afogar de prazer. Guardava-se para nela se depositar, para nela se espraiar, cuspindo o excesso que a dor do desejo lhe causava. Despedia-se das torrentes tempestuosas do seu íntimo sem cuidar onde iria parar, sem cuidar onde a iria atingir. Para ela não importava. Na verdade, atingia-a sempre no local mais inóspito do seu corpo, o coração.
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