Ingénua ou orgulhosa já não sei, pensava que sabia tudo o que ele era capaz, tudo o que ele tinha para oferecer, todas as formas de sentir prazer, todas as formas de dar prazer. Mas agora, atrevo-me a dizer, atrevo-me a confessar que conheces o meu corpo melhor que eu. Conheces cada recanto de mim, cada curva, cada proeminência, cada reentrância, cada expressão, cada reacção. Conheces a dualidade causa-efeito. Sabes que se me tocares aqui ou ali, me vais ter perdida de contentamento, suspirante, trémula, investida em sentir as explosões que sabes provocar. Sabes, com a mestria do conhecimento de mim, qual o momento em que estou pronta para ti, qual o momento em que a minha respiração anuncia um orgasmo. Sabes, com a certeza do domínio que exerces sobre mim, que estou a desfrutar, que te procuro para te sentir entrar, escorregar para dentro de mim. Sabes, como se entrasses na minha cabeça, as palavras que me elevam ao máximo expoente da loucura, as palavras que me condenam a ser tua, as palavras que o meu corpo precisa de sentir esvoaçar por entre os lençóis para me fazer gemer de prazer. Sabes, imbuído da experiência dos amantes, testar os meus limites, levando-me a acreditar que os consigo ultrapassar, levando-me de mão dada na busca do prazer que é nosso. Sabes manobrar-me, monopolizar-me, fazer-me render, explorando-me e levando-me a explorar-me. Sabes-me. E sabes-me sempre bem.
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