"Se te dissesse que te quero, seguirias-me?". Guardo ainda o guardanapo escrito a esferográfica que ela me deu naquela manhã de sábado. Ela, a que me tem preenchido os sonhos, a que não tornei a ver. Ela, a leitora, que encontrei no café e que me prendeu com o olhar de encantamento de quem tinha passado a noite sem dormir. Eram evidentes, na sua face perfeita, as marcas ainda vivas de uma noite que se tinha seguido directamente ao dia anterior. Fiquei a pensar se teria tido um encontro fugaz. O seu amante tê-la-ia abandonado após um momento de paixão? Teria sido beijada e repudiado o pretendente? Senti-me excitado enquanto ela olhava para mim, imaginando diversas razões para estar ali à minha frente, perfeita, desejável e não me largando um minuto com os seus olhos negros e profundos. O calor que dela emanava, o desejo contido, fazia-me esquecer que estava semi-molhado da chuva fugidia da manhã. Fiquei a olhar longamente para as pernas bem delineadas e imaginei-as a em torno de mim, aprisionando-me, controlando-me. Decididamente, tinha que desviar a minha atenção para outro lado, antes que a minha excitação se tornasse tão reveladora que mais clientes pudessem notar. Fiquei a olhar para o café que tinha à minha frente desviando por instantes os meus olhos. Foi aí que ela se levantou e me deixou o guardanapo na mesa: "Se te dissesse que te quero, seguirias-me?".
Confesso, fiquei surpreso. Desejava-a desde que entrei e a notei. Mas não o esperava. Ela arrumou as coisas e eu decidi segui-la. A chuva tinha desaparecido momentaneamente. Olhei para o vestido dela e via apenas uma pequena linha da string nas ancas. A minha excitação, que não tinha diminuído, se possível, aumentou. Sentia o volume nas calças. O seu passo era apressado e destinado a conduzir-me a algum local que conhecia bem. Por um momento, passou-me pela cabeça a ideia de que poderia ter estado ali anteriormente. Imaginei-a com outro homem e apressei mais o passo. Naquele momento, tinha que ser minha. Estávamos num beco. Ela colocou-me um dedo nos lábios como para me impedir de falar. Ou para dar uma sugestão. Eu coloquei o dedo dela na minha boca e chupei-o longamente. Senti-a torcer-se. Os altos do bicos nos peitos denunciavam a sua excitação da mesma forma que o volume nas minhas calças. Ela virou-se de costas para mim, indicando claramente qual seria o próximo passo. Coloquei a mão por baixo da saia e percorri-lhe as coxas. A minha mão seguiu até à sua parte mais quente e húmida. Ela sussurrou-me ou imaginei que me sussurrou: “Quero-te. Quero-te agora dentro de mim.” Coloquei-lhe as mãos nas ancas, puxei-a ligeiramente para mim. Encostei o meu sexo à entrada da sua abertura quente e inchada de desejo. Comecei por entrar suavemente, ouvi-a suspirar, e trouxe-a para mais junto de de mim. A minha mão nos seus cabelos foi o sinal para juntar as suas ancas à minha pélvis. Num ápice, estava totalmente dentro dela. Ouvia apenas a sua respiração acelerada, ao ritmo da nossa dança. Coloquei-lhe a mão na boca, para abafar os sons modulados que estava a começar a emitir. Afinal, estávamos no beco e a qualquer altura podia aparecer alguém. Só esse pensamento fez-me começar a sentir que a partir daí, não podia voltar atrás. Alea jacta est. Os dados estavam lançados. Sussurrei-lhe ao ouvido, baixinho: “Quero sentir-te explodir de prazer em torno de mim.” O “Sim” dela não deixou margem de dúvida de que, também ela, tinha ultrapassado o ponto sem regresso. E enquanto as ondas me percorriam a partir da parte bem dentro dela, senti-a arquear-se, abafar o seu próprio som de prazer mordendo-me a mão e depois, num momento interminável, permanecermos juntos.
Confesso, fiquei surpreso. Desejava-a desde que entrei e a notei. Mas não o esperava. Ela arrumou as coisas e eu decidi segui-la. A chuva tinha desaparecido momentaneamente. Olhei para o vestido dela e via apenas uma pequena linha da string nas ancas. A minha excitação, que não tinha diminuído, se possível, aumentou. Sentia o volume nas calças. O seu passo era apressado e destinado a conduzir-me a algum local que conhecia bem. Por um momento, passou-me pela cabeça a ideia de que poderia ter estado ali anteriormente. Imaginei-a com outro homem e apressei mais o passo. Naquele momento, tinha que ser minha. Estávamos num beco. Ela colocou-me um dedo nos lábios como para me impedir de falar. Ou para dar uma sugestão. Eu coloquei o dedo dela na minha boca e chupei-o longamente. Senti-a torcer-se. Os altos do bicos nos peitos denunciavam a sua excitação da mesma forma que o volume nas minhas calças. Ela virou-se de costas para mim, indicando claramente qual seria o próximo passo. Coloquei a mão por baixo da saia e percorri-lhe as coxas. A minha mão seguiu até à sua parte mais quente e húmida. Ela sussurrou-me ou imaginei que me sussurrou: “Quero-te. Quero-te agora dentro de mim.” Coloquei-lhe as mãos nas ancas, puxei-a ligeiramente para mim. Encostei o meu sexo à entrada da sua abertura quente e inchada de desejo. Comecei por entrar suavemente, ouvi-a suspirar, e trouxe-a para mais junto de de mim. A minha mão nos seus cabelos foi o sinal para juntar as suas ancas à minha pélvis. Num ápice, estava totalmente dentro dela. Ouvia apenas a sua respiração acelerada, ao ritmo da nossa dança. Coloquei-lhe a mão na boca, para abafar os sons modulados que estava a começar a emitir. Afinal, estávamos no beco e a qualquer altura podia aparecer alguém. Só esse pensamento fez-me começar a sentir que a partir daí, não podia voltar atrás. Alea jacta est. Os dados estavam lançados. Sussurrei-lhe ao ouvido, baixinho: “Quero sentir-te explodir de prazer em torno de mim.” O “Sim” dela não deixou margem de dúvida de que, também ela, tinha ultrapassado o ponto sem regresso. E enquanto as ondas me percorriam a partir da parte bem dentro dela, senti-a arquear-se, abafar o seu próprio som de prazer mordendo-me a mão e depois, num momento interminável, permanecermos juntos.
De olhos fechados, senti os lábios dela nos meus. Ainda a ouvi sussurrar “O paraíso viveu em ti, agora.”. Se o paraíso era como aquele momento, não quereria sair dele. Ainda com as palavras vivas, abri os olhos e ela tinha desaparecido. Dela tinha apenas a mensagem. Imaginei-a esgueirando-se do beco, ainda com os vestígios do nosso prazer, como eu também os tinha. Nessa noite não dormi. Nas seguintes, mal preguei olho. Não, não tinha ficado apaixonado. Obcecado, talvez fosse a expressão exacta. Voltei várias vezes ao local, mas inutilmente. Não a encontrei, não tinha forma de a voltar a ver. Até ontem. Ao ler um blog, o meu coração deu um salto. A frase lá estava, a mesma: "Se te dissesse que te quero, seguirias-me?". Reli a história, reli a frase. Percebi que ela também precisava exorcizar aqueles momentos. Que, na sua memória, aquele encontro continuava a ocorrer e que ela tinha tido que o escrever. Só nos conseguimos distanciar das histórias quando as escrevemos. Por isso, ela a tinha escrito. Por isso a escrevo.
PS: Esta noite, pela primeira vez, depois de ter escrito a história ontem, consegui dormir. Sonhei com ela sim, mas sem angústias, sem acordar a pensar nela, a desejar tê-la ao meu lado. Tive a certeza de que, onde quer que estivesse, também ela tinha ultrapassado aquele momento fugaz e único. Para ambos tinha finalmente chegado o momento da paz, a merecida paz que se segue ao supremo êxtase."
J.
(Uma singela mas deliciosa e delicada homenagem, uma glosa ao texto de ontem. Obrigada J., fizeste-me sorrir.)
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