Olha para ti, olha bem. Olha e vê o que eu vejo. O espelho do desejo reflecte o sabor e a carícia, a carícia que gosto de te sentir sentir, o prazer que gosto de te sentir sentir. Olha para ti, olha bem. Olha e vê como te gosto de ter em mim, como gosto de me lambuzar de ti, de me impregnar do teu líquido, de saborear o que escorre de ti com a vontade que a saudade criou e hiperbolizou. Olha para ti, olha bem. Olha e vê o que eu sinto. Está-me descrito nos olhos que furiosos te atropelam em ânsia de te devorar. Dizes-me, entre gemidos que estou sempre cheia de vontade. Quem me pode recriminar? Sou de excessos, de abusos, de exaustões, de cansar o corpo e preencher-me de prazer. Olha para ti, olha bem. Olha como é belo o teu orgasmo, olha como me delicio ao ver-te espalhar a semente do teu querer. Olha para ti, olha bem. Olha como te sinto e te quero. Olha como me deixas molhada e desesperada. Olha como me deixas possuída, roída de desejo de te sentir entrar e sair de mim, entrar e sair e permanecer. Olha para ti, olha bem. Olha e convence-te que és o meu objecto de luxúria, que és a carne que quero roer e o corpo que quero ter, entrelaçado, apertado, entregue e abusado. Olha para ti, olha bem. Olha e vê-me como te vejo a ti. Louca de tesão, húmida de excitação, presente mas ausente, explorando o prazer consumado, a ilusão, a vida que me renovas em cada investida, em cada orgasmo presenteado, em cada espasmo torneado. Vês-me?
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