O diálogo entre os seus corpos tinha uma linguagem singular, um dialecto inventado por eles e para eles, uma língua que só eles falavam e que traduzia num sussurro tudo o que lhe perpassava a mente e a vontade, o corpo e o desejo. O diálogo entre os seus corpos fluía com a naturalidade mais simplista e mais incandescente em simultâneo e as labaredas que os envolviam sempre que se tocavam e se encostavam um ao outro elevava-os a uma espécie de plano etéreo, um estar sem estar, uma consciência inconsciente, um equinócio de prazer que lhes atravessava o corpo e lhes libertava o cheiro a sexo que lhes impregnava a pele. O diálogo entre os seus corpos era um descobrir constante, um vício de se terem em todas as vertentes, conhecendo-se sempre de novo, brincando e jogando com o corpo que lhes servia o prazer, masturbando-se um no outro, provocando-se e excitando-se mutuamente, inflamando-se constantemente, trocando murmúrios de desejo, imagens de tesão. O diálogo dos seus corpos traduzia-se em carícias afogueadas, em mimos que irremediavelmente acabariam em sexo despojado de sanidade, usufruindo-se sem limites, comungando dos arrepios e sabores, encaixando um no outro e entregando-se ao prazer de se sentirem e de explodirem em uníssono.
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