(Camera)
A maior parte das memórias, guardam-se na retina que as armazena de forma catalogada no arquivo do nosso cérebro que em ligação directa com o coração e numa tarefa conjunta as organizam conforme a sua importância e relevância. Mas permanecem apenas sob a forma de uma imagem fugidia, fosca, uma sombra por vezes. E, amiúde, só a memória não chega, só as sombras não chegam para alcançar momentos que queremos vivos e sensíveis em nós. Recorremos a auxiliares de memória que perscrutamos de sorriso nos lábios enquanto vemos, click após click, a beleza de dois corpos que, num êxtase arrepiante se entregam ao mais premente querer. E a magia acontece. Sentimos novamente no peito o palpitar de um coração acelerado, sentimos um friozinho na barriga, um escorrer líquido e embaraçosamente abundante, um estremecer desconcertante que nos faz querer de novo. Mais.
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