Corpo a corpo, corpo com corpo. O calor dos dois juntos, colados de tal forma que não há fresta entre as suas peles, contrasta com o frio gélido que o Inverno se encarregou de trazer e resguardam-se assim da frieza que a falta um do outro lhes faz. Não se lembram há quanto tempo se acham assim, apenas sabem que assim se acham, se encontram. E quando assim se encontram, nada mais lhes é oponível. Bastam-se por si sós. Brincam como adolescentes desafiando as regras impostas. Guerreiam como gladiadores na arena de lençóis engelhados, enrugados e desfeitos que os acolhe. Usam, um contra o outro, as armas mais poderosas. O toque, o beijo, o pegar, o manipular, o manobrar, as sílabas sussurradas lentamente ao ouvido compondo arrepios, o entrar, o sair, o lamber, o chupar, o sabor. Corpo a corpo, corpo com corpo. Lutam para se saciarem numa batalha onde, invariavelmente, nenhum perde. Ambos sucumbem à vitória do corpo.
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