... e se o tempo nos permitisse ter o tempo que o nosso tempo quer e os nossos corpos necessitam. Se a voraz ampulheta que deixa deslizar cada grão permitisse que os segundos se transformassem em minutos, os minutos em horas, as horas em dias, os dias em meses, os meses em anos. Teríamos o tempo que o nosso tempo precisa. Para nos saciarmos. Para nos embrenharmos um no outro e decorar cada linha do rosto, cada centímetro de pele, cada expressão, cada reacção, cada espasmo de prazer, cada sorriso. Para nos perdermos um no outro e deixarmos de saber onde começa um e acaba o outro. Para por entre lençóis e almofadas sabermos que nos bastamos um ao outro.
0 comments:
Post a Comment